Conheça fatos curiosos sobre a adolescência de John Lennon

Compartilhe

John Lennon se estivesse vivo completaria 83 anos, neste 9 de outubro. Os anos 50 para o músico foram um turbilhão de descobertas e dores. 

No começo dos anos 50, mais precisamente em 1953, o jovem John Lennon, estava entre 12 e 13 anos, o rock and roll ainda não tinha chegado, e os jovens buscavam inspiração no cinema para se autoafirmar, impressionar uma garota, ou simplesmente para se tornar um rebelde. 

E John Lennon era um destes jovens, líder nato, John tinha a sua turma, eles aprontaram e tinha que enfrentar vez outra “Teddy Boys”, mais violentos, caso encontrasse um deles ou brigava ou fugia. George Harrison contou um caso no livro, “The Beatles Tune In, de Mark Lewisohn”.

“Eu era pequeno, mas corria bem, eu via um bando deles vindo, e evitava aquele tipo de situação. Só teve uma vez ou outra vez que eu quase apanhei”. 

Inclusive Paul McCartney, frequentemente encontrava os caras. “Tá olhando o que?. E Se você respondesse errado, de jeito era porrada”. Contou Paul.



John aos 13 anos.

Influência americana

A cultura americana do cinema e da música já chegava ali na Liverpool do pós-guerra. “Tínhamos filmes da Doris Day, e feijões Heinz, eu cresci com a cultura americana, todos cresceram, principalmente quando se tratava de música e cinema”. Lembra John.

Naquele ano de 1953, John já tinha sua pequena gangue, com Pete Shotton, Nigel Walley e Ivan Vaughan. O lugar favorito deles era o Cladestones Park, que eles costumavam chamar de The Bank. 

Lá eles sentavam, fumavam cigarros Woodies, falavam bobagens, e ficavam de olho no guarda do parque. Pete Shotton conta que John sempre atraiu mais garotas, mesmo sendo mais bruto. Lennon já tinha um carisma natural, andava sempre com sua gaita tocando canções de sucessos britânicos. 

Conheça fatos curiosos sobre a adolescência de John Lennon
Pete Shotton, Nigel Walley, John Lennon e Ivan Vaughan, por volta de 1954

Nessa época John passou a ver sua mãe Julia com mais frequência, e considerava ela como uma irmã mais velha. 

Neste período John Lennon costumava pregar peças nas pessoas nos famosos ônibus de dois andares ingleses. Nigel lembra, “Ele ia ao andar de cima e gritava, “todos, mudem de lugar”, e as pessoas mudaram rapidamente desciam para o andar debaixo. Ou fazia assim, “Todos os bilhetes por favor”. E todo mundo começava a procurar seus bilhetes. Ele só se sentava quando alguém gritava, “malditos adolescentes”. 

A perda do tio George

No entanto, em 4 de junho de 1954, aos 14 anos John perderia seu tio George, marido de sua Tia Mimi, que o criaram no lugar de sua mãe Julia. 

George morreu de hemorragia estomacal de forma rápida e Mimi lembra que John sofreu, mas não demonstrou. Contudo, o alvoroço pela morte do seu tio deixou Mimi mas sozinha, sem o apoio das irmãs, inclusive sua mãe. Lennon escreveu um poema sobre a situação e leu no dia do enterro do tio.

“A preocupação e os conflitos, costumeiros de sua vida.

Levaram sua família à vergonha.

Mesmo que sobrevivam até os 105 anos. 

Jamais conseguirão retribuí-la 

Cada um em sua vez, irá finalmente aprender que ela é a melhor das cinco. 

Cada uma delas dormiu, nenhuma delas chorou com a dificuldade de sua companheira para sobreviver” (7/6/55 J.W.Lennon)



Um certo rapaz de Memphis

Seis meses depois outro fato iria mudar a vida de John Lennon. O rádio era o veículo mais popular, e John tinha duas caixas adaptadas com extensões para seu quarto, uma gambiarra que fazia para pegar a sintonia do rádio da sala. 

Sendo assim, John Lennon sintonizava a rádio Luxemburgo, e naquela noite de inverno ele ouviu tocar, “Heartbreaker Hotel”, de Elvis Presley.

“Quando eu ouvi “Heartbreak Hotel” pela primeira vez, eu mal conseguia entender o que estava sendo dito. Nunca tínhamos ouvido vozes americanas cantando daquele jeito – sempre cantavam como Sinatra, ou enunciavam as palavras muito bem. De repente, apareceu aquela voz caipira soluçando com eco, em um fundo instrumental de blues, e não sabíamos o que diabos Presley estava dizendo na letra. Para nós, apenas soava como um barulho que era ótimo… aquilo me afetou. Quero dizer, foi o fim. Minha vida inteira mudou depois daquilo, eu fui totalmente abalado por aquela canção”.

John, assim como outros garotos da época foram em busca do disco. 

“Eu lembro de correr para casa com o disco e dizer: “Ele soa como Frankie Laine e Johnnie Ray e Tennessee Ford!”. Eu pensei, “é isso!”, e comecei a tentar deixar as costeletas crescerem e tudo mais”. Conforme contou.

Por fim, estas e outras histórias estão no livro – The Beatle Tune In, de Mark Lewisohn – a biografia definitiva sobre os Beatles.