O Último presente de aniversário de John Lennon.
Se John Lennon estivesse vivo teria completado 85 anos no dia 9 de outubro.
Em 9 de outubro de 1980, John Lennon comemorava seu 40º aniversário em um momento de plena criação. Ao lado de Yoko Ono, o ex-Beatle passava horas no estúdio Hit Factory, em Nova York, finalizando as gravações de Double Fantasy, álbum que marcaria sua volta à música após cinco anos afastado dos holofotes.
Contudo, mesmo imerso no trabalho, Lennon teve um dia especial. Yoko, sempre atenta aos gestos simbólicos, preparou presentes que misturavam carinho e elegância. Ela lhe deu um relógio Patek Philippe 2499, feito em ouro amarelo 18 quilates, com calendário perpétuo e fases da lua — um modelo raro e sofisticado, à altura de uma nova fase de sua vida.
Além do relógio, Lennon recebeu uma gravata tricotada pela própria Yoko, em um gesto íntimo e afetivo. Mais tarde, ela completaria o presente com uma caixa contendo um broche de diamante e rubi em forma da bandeira dos Estados Unidos, que John prendeu à gravata.

Relógio polêmico
O relógio dado por Yoko Ono a John Lennon em seu 40º aniversário — um Patek Philippe 2499, de ouro amarelo 18 quilates — viveu uma história digna de um roteiro policial. Após a morte do ex-Beatle, o objeto foi guardado em um dos quartos do apartamento do casal, em Manhattan, Nova York. Anos depois, quando ressurgiu misteriosamente em Genebra, na Suíça, Yoko percebeu que a peça havia desaparecido.

Em 2023, um tribunal suíço concluiu que o motorista particular de Yoko Ono, afastado anteriormente por tentativa de extorsão, foi quem furtou o relógio. O item de luxo passou por uma série de reviravoltas até chegar a uma casa de leilões na Alemanh. No local acabou sendo vendido em 2014 por 600 mil euros — valor equivalente a cerca de R$ 3,6 milhões.
O comprador, um colecionador italiano, posteriormente encaminhou o relógio a outra casa de leilões em Genebra para obter uma avaliação. Foi essa movimentação que trouxe o caso à tona, quando a empresa notificou Yoko Ono, dando início a uma disputa judicial internacional.
Após quase uma década de embates legais, tanto o Tribunal de Justiça do Cantão de Genebra quanto o Tribunal Federal Suíço confirmaram a decisão: Yoko Ono é a legítima proprietária do relógio de John Lennon. Segundo o tribunal, como o item havia sido roubado, o comprador não poderia reivindicar sua posse, independentemente de ter agido de boa-fé.
De acordo com a revista Gotham City, até o final de 2023 o relógio permanecia sob custódia do advogado do colecionador, aguardando a conclusão do processo. Com a decisão final da Justiça, o lendário Patek Philippe deve, enfim, voltar às mãos de Yoko Ono. Por fim, encerrando uma das histórias mais curiosas ligadas ao legado de Lennon.