Florianópolis completa 348 anos neste dia 23 de março.

Dazumbanho, Floripa.

Florianópolis completa 348 anos de fundação neste dia 23 de março. Da ilha ao continente, a cidade abriga aproximadamente 500 mil pessoas, sendo uma das mais belas do Brasil.

Temos que concordar, realmente, para onde a gente olha, são paisagens deslumbrantes, que acostuma o olhar de quem passa diariamente, parecendo não notar, a beleza da beira-mar norte, da arquitetura antiga do centro, dos morros, praias, inclusive da modernidade.

Contudo – é sempre tem uma conjunção adversativa – Desterro cresceu desordenamente ao se transformar em Florianópolis. As invasões de áreas verdes, dunas, sem condições de moradia e saneamento cada dia são mais frequentes. Ao mesmo tempo que ao longo dos anos grandes investidores foram beneficiados sem nenhum pudor pelo estado, construindo em lugares inadequados, quem mora em Floripa sabe.

Isso reflete em constantes alagações, pela falta de estrutura de saneamento básico, esgoto, e até pela falta de educação de alguns.

Queremos uma Floripa bela, para receber turistas, e que dê condições para os moradores. O trânsito, um problema quase sem solução, afinal, a demanda enorme para um espaço físico limitado. Sem falar a saga diária dos manezinhos que precisam pingar de terminal em terminal pra chegar em casa ao final do dia.

Quem já cortou caminho pelo Ratones, Vargem grande e pequena pra chegar no norte da ilha por conta de engarrafamento ou de algum acidente na SC-401, conhece. Note, é melhor ficar no engarrafamento. 

Mas, quando o trânsito pegar, é só parar pra se deliciar com o camarão a moranga, tainha assada, um berbigão temperado, siri, ostras, lula, com uma pureza gelada, seja em Ribeirão da Ilha, Sambaqui, Santo Antônio de Lisboa, Estreito ou Coqueiros. Ouvindo um Daza.

Deu fome!

Floripa é um misto de uma cidade moderna, das startups aos pescadores ou da carroça que alguém vê no Ratones. O agora está difícil por conta da pandemia, mas vamos ver pelo lado bom. Beira-mar norte e sul, praias, trilhas, mercado público, mirantes, a ponte Hercílio Luz, bem como o sotaque do manezinho que quase ninguém entende. 

Lembro de Franklin Cascaes, e seus escritos de bruxas, lendas, e vultos da ilha. Como por exemplo, uma que diz que para se ter prosperidade na ilha, quem muda para Floripa deve pedir autorização às bruxas, sejamos então novos moradores, afinal neste momento precisamos desta prosperidade. 

Por fim, com fé em Deus vamos em frente, acreditando na reza das quase raras benzedeiras da Lagoa da Conceição.