“American Jesus’ do Bad Religion: Crítica Irônica ao Nacionalismo dos EUA

 

“‘American Jesus’ clássico do Punk Rock, ganhou notoriedade principalmente após as medidas do governo Trump

 

O Bad Religion sempre foi uma banda de punk rock conhecida por sua forte crítica política. Recentemente, uma de suas músicas, “American Jesus”, lançada em 1993 no álbum Recipe For Hate, ganhou destaque de maneira equivocada entre simpatizantes da extrema direita dos Estados Unidos, especialmente após a política de Donald Trump de expulsar imigrantes ilegais.

O motivo para os trechos da letra que exaltam os Estados Unidos e o povo norte-americano como escolhidos por Deus está na ironia e no sarcasmo presente na mensagem de Greg Graffin. Por exemplo, ele canta:

“Eu não preciso ser um cidadão global. Porque sou abençoado pela nacionalidade” e “Eu sinto muito pela população da Terra, Porque tão poucos vivem nos EUA. Pelo menos os estrangeiros podem copiar nossa moralidade, Eles podem visitar, mas não podem ficar.”

"American Jesus’ do Bad Religion: Crítica Irônica ao Nacionalismo dos EUA

No entanto, Graffin não está expressando um sentimento genuíno, mas sim utilizando a ironia para criticar a visão egocêntrica e imperialista. Isso fica ainda mais claro no refrão, quando ele canta: “Nós temos o Jesus americano, Vejo-o na interestadual” e “Nós temos o Jesus americano, Esmagando milhões todos os dias”.

“Inspiração” em Bush.

Em entrevista à revista Kerrang, em 1993, Graffin explicou que a inspiração para a música surgiu após a Guerra do Golfo, conduzida pelo governo Bush. “Nossa música American Jesus é sobre a suposição de que Jesus trata os Estados Unidos de maneira diferente dos outros países. Durante a Guerra do Golfo, George Bush disse: ‘Nós venceremos porque Deus está ao nosso lado.’ Que declaração incrível!”. Conforme afirmou com uma boa dose de ironia.

“Um dos espíritos do punk rock ainda é desafiar as autoridades. O importante disso é desafiar as pessoas a pensarem bem em quem vão votar. Mesmo que você seja conservador, você pode mudar o status quo. O Bad Religion escreveu centenas de canções sobre desafiar autoridades, não só de Wall Street, mas forças econômicas, políticas”.

A parte final da letra faz referência ao período da guerra, enumerando de forma criativa e direta o poder da política norte-americana, tanto sobre seu próprio povo quanto sobre o resto do mundo. Vale destacar que os vocais de apoio são feitos por Eddie Vedder, o que acrescenta um toque especial à canção.

Leia os versos finais:

Ele é o campo estéril do fazendeiro (em Deus)

A força que o exército exerce (nós confiamos)

As expressões nos rostos de milhões de famintos 

O poder superior (quebrar)

Ele é o combustível que move o clã (desabar)

É o motivo e a consciência do assassino (ele pode redimir os pecados)

Ele é o pregador da TV (coração forte)

A falsa sinceridade (consciência limpa)

 

As cartas padrão que são escritas pelos grandes computadores (e infinitamente amáveis)

Ele é as bombas nucleares (você perdeu)

As crianças sem mães (nós ganhamos)

E tenho medo de que ele esteja dentro de mim (ele é nosso campeão!)