Bob Dylan adicionou falas fictícias ao filme que retrata sua vida

 

Bob Dylan é um dos produtores executivos do longa

O aguardado filme A Complete Unknown, que retrata a controversa transição de Bob Dylan da guitarra acústica para a elétrica nos anos 60, tem estreia marcada para 25 de dezembro nos Estados Unidos e 17 de janeiro no Reino Unido e no Brasil em fevereiro mas ainda sem data.

Bob Dylan atuou como como produtor executivo, supervisionando de perto o projeto, baseado no livro Dylan Goes Electric! de Elijah Wald, lançado em 2015.

O longa conta com a direção de James Mangold e um elenco liderado por Timothée Chalamet (Dylan), Edward Norton (Pete Seeger) e Elle Fanning, que interpreta Sylvie Russo — uma versão fictícia de Suze Rotolo, primeira namorada de Dylan em Nova York, que faleceu em 2011. Em entrevista à Rolling Stone, os envolvidos no projeto compartilharam bastidores e curiosidades sobre o processo criativo.

Anotações sobre o roteiro.

Dylan esteve diretamente envolvido no roteiro, revisando-o detalhadamente com Mangold. “Jim tem um roteiro anotado de Bob em algum lugar”, revelou Chalamet, que espera um dia ter acesso a essas anotações. Mangold comentou sobre a experiência: “Senti que Bob queria entender o que eu estava fazendo. Ele queria saber: ‘Quem é esse cara? Ele entende o que está em jogo?’”.

Em uma das contribuições pessoais de Dylan, ele inseriu uma fala marcante durante uma cena de discussão entre os personagens de Chalamet e Fanning. Segundo Fanning, a frase “Nem se incomode em voltar” parece carregar ecos do passado do cantor, talvez refletindo algo que ele viveu ou lamentou.

Fanning também destacou que foi informada sobre o desejo de Dylan em evitar o uso do nome verdadeiro de Suze Rotolo no filme. Para Dylan, Rotolo era “uma pessoa muito reservada e que não pediu por essa vida”, destacou a atriz, referindo-se ao carinho e respeito que ele parece guardar por sua memória.

Outra decisão curiosa foi a insistência de Dylan em incluir um elemento totalmente inventado na trama. Edward Norton relatou que, ao ser questionado sobre possíveis reações do público, Dylan respondeu: “O que você se importa com o que as outras pessoas pensam?”. Norton ainda observou o prazer de Dylan em “ofuscação e distorção”, algo que já é característico do músico, como visto em sua autobiografia Chronicles e no documentário Rolling Thunder Revue, de Martin Scorsese.

Cantando e tocando de verdade.

Para dar vida a Dylan, Chalamet se preparou intensamente, aprendendo a tocar 30 músicas ao vivo no filme. Ele teve aulas de canto, violão, harmônica e até de movimento. “Você não pode recriar isso no estúdio”, afirmou o ator, explicando a importância da autenticidade em sua performance. Apesar disso, Chalamet ainda não conheceu Dylan, que não visitou o set.

A entrega de Chalamet impressionou o elenco. Fanning revelou que chorou ao ouvi-lo cantar pela primeira vez durante as gravações. “Ele estava cantando Masters of War e A Hard Rain’s A-Gonna Fall. Foi surreal, não era uma caricatura, mas uma bela fusão entre Timmy e Bob. Isso me deu arrepios”, disse a atriz.

O público teve um gostinho do filme recentemente, com Chalamet lançando sua versão de Subterranean Homesick Blues, uma das músicas icônicas de Dylan, originalmente do álbum Bringing It All Back Home (1965).

Por fim, enquanto o lançamento de A Complete Unknown se aproxima, a expectativa só cresce. Portanto, com fãs ansiosos para testemunhar como Chalamet e o restante do elenco. Capturarando sobretudo, a essência de um dos artistas mais complexos e enigmáticos da história da música. Então, confira o trailer da produção: