A casa-barco de David Gilmour que virou estúdio flutuante do Pink Floyd
David Gilmour comprou uma casa-barco e a transformou em um estúdio flutuante, onde o Pink Floyd gravou alguns álbuns.
Os membros do Pink Floyd, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason alcançaram fama e dinheiro e com isso passaram a gastar com excentricidades. Exceto Roger Waters, que optou mais por um ativismo.
Nick Mason por exemplo, tem paixão por automóveis e possui uma coleção de carros, incluindo Ferrari, McLaren e Bugatti. Richard Wright, falecido em 2008, comprou ainda nos anos 70 um veleiro e navegava pelo mar mediterrâneo, inclusive o barco acabou como capa do seu álbum solo,” Wet Dream”, lançado em 1978.
E David Gilmour é quem tem uma excentricidade mais curiosa. O guitarrista do Pink Floyd, comprou nos anos 80 uma casa barco chamada Astoria. Ele viu o anúncio em uma revista enquanto esperava no consultório do seu dentista e resolveu adquirir o barco.
História.
A casa-barco foi construída em 1911 pelo empresário Fred Karno e quando Gilmour a adquiriu em 1986, transformou um lugar em um estúdio sob às águas, ancorado no rio Tâmisa em Londres, no bairro Richmond Upon Thames. O valor pago ficou em torno de 20 mil libras, hoje em reais, cerca de R$ 140.000,00.
O Astória tem 27 metros de comprimento, e espaço para 70 músicos no seu deck do telhado. Nick Mason conta um pouco da história no seu livro, “Inside Out: minha história com o Pink Floyd”. “David estava morando a alguns quilômetros de distância quando o comprou, quase por um capricho, com um estúdio caseiro aquático”.
A casa-barco possui muitas janelas e este também foi um dos motivos que atraiu Gilmour, porque a vista era o rio. No entanto, o “capricho” de Gilmour levou o Pink Floyd a gravar parte de três álbuns, A Momentary Lapse Of Reason (1987), The Division Bell (1994) e The Endless River (2014). Além de álbum e projetos solos do próprio Gilmour.
Como o Astoria tinha autonomia, David Gilmour chegou a navegar com a banda rio acima durante as gravações de “A Momentary Lapse”, inclusive as gravações de “Sorrow”, que aconteceram todas durante esta aventura.
Aliás, navegar é preciso, mas também requer cuidados e traz alguns sustos, como lembra Nick Mason em sua biografia. “De vez em quando havia um movimento enervante quando grandes barcos navegavam acima do limite de velocidade”. Conforme contou.
O Astoria quase afundou.
O baterista do Pink Floyd conta que uma equipe de TV para tentar captar o que a banda estava gravando, fez uma “visita” um tanto arriscada.
“Uma vez recebemos a visita de uma equipe de TV que não havia sido convidada, e que, carente de audiência, alegou ter vestido roupas de mergulhador e, em uma cena que lembrava o filme, “Sob As Ondas”, ficou debaixo, D´água para nos gravar trabalhando”.
Em outra ocasião, o Astoria mesmo ancorado pendeu para um lado, por conta da subida repentina do rio. Quem salvou a casa-barco-estúdio de afundar foi o zelador da embarcação, Langley, que soltou as amarras. Inclusive Langley acabou sendo o personagem remador dos filmes exibidos no telão dos shows do Pink Floyd.
Por fim, em 2015 a BBC produziu o documentário, “David Gilmour: wide horizon”, mostrando a casa-barco-estúdio. Outra produção, Pink Floyd The Later Years, também mostra o Astoria.