The Beatles: o dia em que George Harrison foi apresentado a John Lennon
Em 1958 Paul McCartney apresentou George Harrison para John Lennon, naquele momento estava formado o embrião dos Beatles.
O livro, The Beatles Tune In, do autor Mark Lewisohn, traduzido para o português por Fernando Filho, com revisão técnica de Gilvan Moura do canal Beatles School, traz os relatos mais precisos sobre a história de John, Paul, George e Ringo.
A obra vai a fundo, nas origens das famílias dos quatros, além de os lugares e momentos históricos de Liverpool. Assim como, desfaz alguns fatos que até então os fãs tomaram como verdade. Mark Lewisohn, entrevistou pessoas próximas à banda, consultou documentos, e ouviu a versão também dos próprios integrantes, in loco, e se aprofundando nas entrevistas.
Paul McCartney costuma dizer que existem fãs da banda que sabem mais da vida e história dele, do que ele próprio.
Sendo assim, vamos relatar um trecho resumido do livro sobre a chegada de George Harrison ao então The Quarrymen, na data provável de 6 de fevereiro de 1958.
No começo de 1958.
John, Paul e Eric Griffiths tocavam guitarras acústicas no The Quarrymen. Contudo, no começo daquele ano de 1958. Eric deixou o grupo, e nem Paul, muito menos John se sentiam aptos a assumir os solos do grupo.
Sendo assim, McCartney lembrou do amigo de infância, George Harrison, que na época ainda tinha 14 anos.
No Tune In, existe um relato contado por George, que ele foi apresentado por Paul a John em um evento do Quarrymen em Wilson Hall. Mas outro trecho lembra a história de que este acontecimento realmente ocorreu no segundo andar de um ônibus em Liverpool.
O ônibus estava vazio e Paul pediu para George tocar: “Vá lá, George, mostre pra ele”. Foi quando Harrison tocou “Raunchy”. John Lennon teria dito: “Você está dentro”.
Um garoto mais novo
John era 3 anos anos mais velho que George, diferente de hoje em dia, naquela época isso representava um abismo colossal. Mas o relacionamento entre os dois era amigável, como conta George no “Tune IN”.
“Eu fui convidado por John a me juntar ao grupo, eu não o forcei, ele foi muito amigável comigo. John e eu tivemos um bom relacionamento desde o princípio”.
Contudo, o sentimento de Lennon em relação ao rapaz era outro logo no começo:
“Ele era um garoto que tocava violão, e era amigo do Paul. Eu não gostei dele logo de cara. George parecia ser ainda mais novo do que Paul, e Paul parecia ter uns 10 anos com sua cara de bebê”. Disse John a revista Rolling Stone.
John recorda até lembra um fato até hostil:
“Ele veio uma vez até minha casa e perguntou se eu queria ir ao cinema com ele, mas eu fingi estar ocupado. Eu não podia me dar ao trabalho de passar tempo com George, ele me seguia como uma criança. Ficando perto de mim o tempo todo. Levei anos para começar a gostar dele, para o considerar como um igual”.
A personalidade forte de George.
George tinha habilidade na guitarra, era quieto, mas se vestia como um Teddy boy, um pouco rabugento e honesto nas palavras, e nunca se intimidava com John. Quando John mandava seus “mísseis” em direção a ele, George revidava de forma verbal, e foi assim que Lennon passou a respeitá-lo.
“John era muito sarcástico, sempre tentando tirar sarro dos outros, mas eu não percebia, ou devolvia na mesma moeda, e funcionava”. Conforme está no documentário “Living In The Material World”.
A entrada de George ao grupo se tornou importante, e sempre era lembrada por Lennon da seguinte forma: “Eu trouxe o Paul, e Paul trouxe o George”. Anos mais tarde, George também seria fundamental no elo final da formação, sendo um dos responsáveis pela entrada de Ringo na banda.
