Pink Floyd: “Time”, um clássico que em 2023 teve duas versões.

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“Time”, faz parte do álbum The Dark Side Of The Moon, album que completou 50 anos em 2023.

Quando o álbum “The Dark Side Of The Moon” em 1973, Roger Waters estava próximo dos 30 anos. A ideia do álbum conceitual surgiu em 1972, quando a banda ainda estava em turnê.

A intenção do Pink Floyd era incluir letras com temáticas pessoais, indagativas, além de usar diversas experimentações sonoras no processo de gravação da obra.

Uma destas canções é a faixa “Time”. A composição de Roger Waters traz reflexões sobre o tempo, de como essa medida abstrata pode passar sem que o ser humano perceba, e quando nota, já pode ser tarde demais. O que fica bem claro logo nos primeiros versos.

“‘Ticking away the moments that make up a dull day’ (O ‘tic-tac’ vai marcando cada momento de um dia morto)

‘You fritter and waste the hours in an offhand way’ (Você gasta à toa e joga no lixo as horas, descontroladamente)

‘Kicking around on a piece of ground in your home town’ (Perambulando de um lugar para outro em sua cidade natal)

‘Waiting for someone or something to show you the way’ (Esperando por alguém ou algo que te mostre o caminho).”

Sendo assim, a música se desenvolve explorando a ideia de que cada ano fica mais curto, e sem tempo para nada, muitas vezes em um círculo vicioso sem nenhum propósito. Bem atual.

A Gravação

Uma característica de “Time” é o badalar de diversos relógios no começo da canção. Os efeitos sonoros não eram digitais, como hoje, então, o tic tac teve a gravação produzida pelo engenheiro Alan Parsons separadamente em lojas de antiguidades e depois na mixagem conseguiram editar como aparece na canção original.

Um outro detalhe era que Parsons também queria, com a música, testar um sistema de som quadrifônico usado na abertura.

“Foi minha ideia trazer essas gravações de relógios antigos, todas gravadas uma de cada vez, em um gravador portátil, e depois transferimos todas para uma fita multipista, fazendo todos funcionarem e tocarem em sincronia”. Conforme disse Parsons a revista Uncut.

Todos os membros da banda receberam créditos por “Time”, e uma curiosidade é que todo o álbum “The Dark Side Of The Moon” foi tocado ao vivo no Rainbow Theatre em Londres em 1972, antes do lançamento. O solo de David Gilmour para “Time”, é considerado um dos melhores do Pink Floyd.

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The Dark Side Of The Moon: 50 anos.

Neste ano de 2023, “The Dark Side Of The Moon” completou 50 anos. O Pink Floyd lançou um box remasterizado da obra. Contudo, Roger Waters resolveu regravar o álbum inteiro sem os companheiros, chamando o projeto de “The Dark Side Of The Moon Redux”.

Sendo assim, nas faixas, Waters dá uma versão mais lounge às canções, sempre intermediadas por um discurso do baixista, tanto é que ficou apelidado como álbum “palestrinha”. Roger Waters trocou os tic tacs por som de passarinho, sobretudo mais contemplativo, com uso de sintetizadores, órgão hammond, assim como cordas.

Por fim, confira abaixo as duas versões de “Time”.