No dia das mulheres lembramos das roqueiras: Rita, Tina e Janis

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Neste 8 de março, Dia Internacional das mulheres, lembramos de três roqueiras que deixaram saudade, mas influenciaram gerações, venceram preconceitos e mudaram a cara do rock. Então, vamos a elas. 

Rita Lee

No dia das mulheres lembramos das roqueiras: Rita, Janis e Tina.

A Rainha do rock Brasil, ou “A Padroeira da Liberdade” como preferia que a chamassem, deixou saudade. Rita Lee faleceu em 2023, no dia 8 de maio depois de uma longa batalha contra um câncer. 

Apesar de tudo, Rita Lee Jones nunca desistiu, pelo contrário, logo que soube da doença resolveu escrever um novo livro.

“Rita Lee, uma outra biografia”, na obra a cantora conta sua relação com a doença, e cita em um dos trechos: “Achei que nada mais tão digno de nota pudesse acontecer em minha vidinha besta. Mas é aquela velha história: enquanto a gente faz planos e acha que sabe de alguma coisa, Deus dá uma risadinha sarcástica.” 

No dia das mulheres lembramos das roqueiras: Rita, Janis e Tina.

Mas convenhamos, temos que discordar de Rita Lee, afinal, sua vida não foi nada besta. Em uma época onde o machismo imperava, foi a vocalista dos Mutantes, trazendo não só doçura como também, criatividade e ousadia. 

Ao mesmo tempo, depois que foi demitida da banda resolveu seguir seu próprio caminho, explorando nas suas canções tema como a liberdade feminina, sexo, drogas, e dando um tapa na cara da caretice. 

Dentre estes tapas tem dois que são inesquecíveis, um quando entrevistada por Pedro Bial e foi perguntada sobre a questão das drogas como maconha, Rita interrompe e diz, “Ah você vai falar de maconha, pensei que você fosse falar de café, coca-cola, açúcar”.

Veja:

A outra, quando criticou a cantora Sandy que que fez uma declaração no Altas Horas no ano 2000, dizendo que os animais de Rodeio eram bem cuidados

No vídeo Rita diz, sem citar o nome da cantora, que estava entalada com ela já fazia um tempo. Portanto, declara em tom de deboche: “Ah ela é toda boazinha, ela é toda do bem, ela é tão galera, ela é jovem…ah, vá se fuder! Chata Pacas!!

Janis Joplin

"Pearl", último disco de Janis Joplin completa 54 anos.

Janis Joplin era uma garota gordinha, com espinhas, sardas, e consequentemente alvo de bullying e piadas na escola. 

Já adulta quando se matriculou na escola de Belas Artes e pensou que viveria em um ambiente mais saudável, quando uma das fraternidades montou uma campanha para eleger o “homem mais feio” do campus. Aquilo liberou um gatilho em Janis, lembrando de tudo que ela havia passado e ela partiu para São Francisco. 

Ao entrar no meio artístico colocou amor, ódio, raiva, esperança, frustrações, e principalmente um espírito libertário na sua obra. Janis não se calava por nada, enfrentou inclusive os extremistas da Klu Klux Kan, estapeou Jerry Lee Lewis, quebrou uma garrafa na cabeça de Jim Morrison por conta de suas insistências sexuais, e foi amiga de Jimi Hendrix e Leonard Cohen.

Ao mesmo tempo que, para extravasar todo o estresse da fama, apelou para a bebida, sua preferida o Licor Southern Comfort, bem como, LSD, Cocaína e heroína. 

Leia MAIS: “Pearl”, último disco de Janis Joplin completa 54 anos.

Uma carreira curta, do rock ao blues. Visitou o Brasil, teve inúmeros namorados e namoradas, afinal era bissexual. Um mês antes da sua morte visitou a escola onde sofria bullying para participar de um encontro de ex-alunos, algo feito como uma vingança e provocação onde ela esbanjou sua fama.  

A sua última noite, em 3 de outubro de 1970 teria uma encontro com namorado Seth Morgan e a namorada Peggy, os dois furaram e Janis passou a noite sozinha, talvez se sentindo solitária injetou heroína de extrema pureza. Acabava ali sua vida e carreira. 

Seu último álbum, “Pearl”, era um pseudônimo que adotou para si. Janis era a menina que havia sofrido. Já Pearl, era extravagante, alegre, e igualmente cheia de amigos. 

Tina Turner

Imagina você construir uma carreira e de repente tudo ir por água abaixo? Isto aconteceu com Tina Turner quando resolveu se separar do violento e abusivo marido, Ike Turner. Tina ficou só com o sobrenome e teve que começar do zero. Contou com a ajuda dos amigos dos Rolling Stones e David Bowie 

Tina, mesmo sendo Rainha do rock caminhou por outros ritmos. Como por exemplo,  a dance music, pop e baladas, ganhou Grammy, atuou no cinema, e ensinou novas danças para Mick Jagger.

Aliás, a cantora bateu um recorde no Brasil, quando se apresentou no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Seu público chegou a 188 mil pessoas. Sendo assim, 18 mil a mais que Frank Sinatra anos antes. 

Tina se naturalizou suíça. Os últimos anos foram ao lado de um grande e verdadeiro amor, Erwin Bach, que chegou a doar um rim para a cantora. No entanto, a doença relacionada ao intestino avançou e ela acabou morrendo em 24 de maio de 2023.