U2: A História por Trás de ‘Where the Streets Have No Name’

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‘Where the Streets Have No Name’ abre o álbum, The Joshua Tree lançado pela banda em 1987.

O álbum, “The Joshua Tree”, do U2, lançado em 1987, se tornou uma das grandes produções da banda, principalmente pelo fato que marca a conquista definitiva do mercado musical nos Estados Unidos. 

U2: A História por Trás de 'Where the Streets Have No Name'

“The Joshua tree” é influenciado pelo R & B, Soul e blues dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que também traz uma linha crítica ao sistema político e embarca na religiosidade. Como a capa do álbum, com a chamada árvore de Josué, que segundo a lenda mórmon é baseada no antigo testamento  e seria o personagem bíblico levantando as mãos para o céu em oração. 

Contudo, vale destacar uma faixa,Where the Streets Have No Name”, que abre o disco. 

A origem

O título surgiu após Bono visitar a Etiópia em 1985, porque lá, naquele período, as ruas não tinham realmente nome, mas o vocalista ainda não tinha a letra. No entanto, The Edge havia composto a parte instrumental do que seria a canção. 

A faixa instrumental com The Edge tocando os acordes em delay, ganhou produção de Brian Eno e Daniel Lanois e Bono achou interessante este instrumental para abrir o álbum, era como uma orquestra afinando instrumentos. 

U2: A História por Trás de 'Where the Streets Have No Name'

No entanto, Brian Eno lembra que foi uma faixa muito difícil de se produzir, tanto é que tomou praticamente 40% da produção do álbum. O produtor chegou a destruir fitas, frustrado por não conseguir o resultado ideal. Daniel Lanois, coprodutor, recorda: Foi um trava-língua para a seção rítmica, com compassos estranhos que deixavam todo mundo de mau humor. Lembro-me de apontar para um quadro negro, andando com todo mundo através das mudanças como um professor de ciências. Há uma parte de Eno que gosta de gratificação instantânea. Ele prefere jogar fora algo difícil e começar algo novo”.

U2: a história da inspiradora canção em busca do Espírito Santo. 

A letra

Sobre a letra, Bono declarou, em uma entrevista à Rolling Stone em 2005, “Toda essa coisa sobre desertos e a secura da terra… Escrevi essas coisas em bolsas de enfermo e pedaços de papel da Air India, sentado em uma pequena tenda em uma cidade chamada Ajibar, no norte da Etiópia”, disse ele. “É uma letra estranha e inacabada, e fora do contexto da África, não faz sentido. Mas contém uma ideia muito poderosa. No deserto, encontramos Deus. Em tempos secos, no fogo e nas inundações , descobrimos quem somos.”

Em 2001 ao Independent, Bono lembrou, “Muitas letras foram escritas em cinco minutos em vez de cinco horas. Lembro-me dos anos 80 para isso. As duas primeiras linhas de ‘Where The Streets Have No Name’ foram escritas apenas no microfone:

“Eu quero correr, quero me esconder,

quero derrubar as paredes que me prendem dentro de mim”

É poesia adolescente! A ideia por trás da música, a ideia de que você pode transcender onde você está, a ideia da música como um sacramento, é tão poderosa, mas é um verso fútil.”

O Videoclipe

Where the Streets Have No Name” ganhou um videoclipe que se tornou uma marca registrada do U2. A banda programou uma megaprodução para um show no telhado semelhante ao que os Beatles fizeram em 1969. O lugar escolhido foi Los Angeles, no telhado da Republic Liquor Store, na esquina da 7th com a Main Street. 

U2: A História por Trás de 'Where the Streets Have No Name'

A apresentação atraiu um grande público e ao mesmo tempo gerou um engarrafamento naquela área. O show e gravação aconteceu no dia 27 de março de 1987, logo após o lançamento do álbum. Para a produção do videoclipe a banda tocou quatro vezes Where the Streets Have No Name”, além disso, também tocaram outras músicas para o público, como por exemplo, “People Get Ready”, “In God’s Country”, “Sunday Bloody Sunday”, e “Pride (In The Name Of Love). 

Where the Streets Have No Name”, ganhou o Grammy de melhor videoclipe em 1989. Por fim, The Joshua Tree é considerado o melhor álbum em vendas nos Estados Unidos.