Syd Barrett, um gênio tragado pelas drogas e transtornos mentais

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Syd Barrett, uma carreira interrompida pelas drogas e transtornos mentais.

Por Sandro Abecassis

O Pink Floyd não teria existido se não houvesse Syd Barrett, o fundador da banda, nascido em Cambridge, Reino Unido, no dia 6 de janeiro de 1946, como Roger Keith Barrett. 

O nome Syd foi “roubado” de um artista de jazz, chamado Sid “The Beat” Barrett, Roger, trocou apenas o “i” pelo “y”. 

Syd Barrett foi criado em um lar de classe média, sendo sempre incentivado para o meio artístico, principalmente após a morte do pai no começo dos anos 60. A partir daí, o ainda adolescente encontrou na música e pintura uma forma de aliviar sua dor e expressar seus sentimentos. 

O Pink Floyd

O Pink Floyd surgiu de fato em 1965, formado por Syd Barrett (vocais e guitarra), Roger Waters (baixo), Nick Mason (bateria), e Richard Wright (teclado).

O primeiro disco – “The piper at the gates of dawn”, de 1967, traz faixas cheias de psicodelismo e experimentação, em uma época de lançamentos, como “Sgt peppers” dos Beatles e “Pet Sounds” dos Beach Boys. 

Os Pink Floyd em 1967© Direitos reservados

Este primeiro trabalho chegou a ficar nas paradas britânicas e americanas, tanto, que levou o Pink Floyd a iniciar uma sequência de shows e turnês. No entanto, começavam os problemas com Syd Barrett, usuário de LSD, o músico usava as substâncias como se fosse bombons, estando sempre em estado de colapso e letargia.

Syd entrava no palco e não tocava uma nota, mal cantava, nas entrevistas da banda ficava mudo, e sumia de ensaios e gravações. Seu comportamento era tratado como esquizofrenia, Roger Waters em uma entrevista afirmou que o colega de banda, ouvia vozes, tinha mania de perseguição, e o aumento do uso de drogas fez com a doença se agravasse, fazendo o músico se isolar cada vez mais. 

Syd Barrett

O Pink Floyd afastou Syd em 1968, chamando David Gilmour para tocar guitarra e cantar, a intenção era manter Barrett como um membro que colaborasse apenas com as composições, ficando fora de turnês e gravações, bom, nem isso deu certo. 

Barrett se isolou de tudo, e voltou a morar com sua mãe em Cambridge, onde passou a pintar e também compor. Contudo, o vício contínuo aliado ao transtorno mental continuavam. Syd Pintava um quadro e logo depois destruía e começava um novo, em loop incessante. 

O músico ainda lançou dois trabalhos em 1970, “The Madcaps laughs” e “Barrett”, no entanto sem muito sucesso. 

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Uma visita inesperada

Em 1975, quando o Pink Floyd gravava o disco “Wish you were here”, Barrett fez uma visita surpresa ao grupo, que aliás a princípio não reconheceu o amigo, acima do peso, com a cabeça e sobrancelhas raspadas.

No encontro Roger Waters mostrou a canção, “Shine on you crazy diamond”, que seria um homenagem ao músico, que achou a música, “um pouco antiquada”

Syd em 1967 e em 1975.

O reencontrou chocou os membros da banda, o amigo vivia em um mundo paralelo, com falas desconexas, e fugas constantes da realidade. 

Outra canção do álbum em homenagem ao músico, é a fantástica Wish you were here, que dá nome ao disco. 

Nos anos seguintes, Barrett seguiu recluso, vivendo dos Royalties dos direitos autorais do Pink Floyd. O músico adquiriu diabetes e então faleceu devido a um câncer de pâncreas em 7 de julho de 2006. 

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Sobre a esquizofrenia 

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a esquizofrenia é um transtorno mental que tem como característica alucinações, delírios, desorganização de pensamento, fuga da realidade, reclusão social, ausência de emoções e perturbação. E ainda, pode causar depressão, assim como, ansiedade

A causa da esquizofrenia pode ser genética, ou causada por fatores sociais. É importante lembrar que associada ao uso de substâncias alucinógenas, como no caso de Syd Barrett, o caso tende portanto a se agravar.

O tratamento e diagnóstico é feito com acompanhamento psiquiátrico, através de medicamentos antipsicóticos. Contudo, existem outras alternativas  utilizadas amplamente, como por exemplo, terapias complementares,  a exemplo do Reiki, Yoga, bem como terapia ocupacional. 

Por fim, alguns psiquiatras já utilizam o óleo do canabidiol (CBD) no tratamento da esquizofrenia. A substância derivada da cannabis sativa, segundo pesquisa em artigo publicado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), atua na proteção celular e no sistema nervoso central, diminuindo sintomas como alucinações e delírios.