O Último assistente de John Lennon: a história de Frederic Seaman

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Fred Seaman trabalhou para John Lennon nos últimos dois anos de vida do ex-Beatle.

O ultimo assistente pessoal de John Lennon, foi Frederic Seaman, que na época tinha 22 anos, e trabalhou no Dakota de 1978 até pouco depois da morte do ex-Beatle. 

Lennon conheceu Fred através de uma tia dele, Helena Seaman, que havia trabalhado com o casal em 1975. Anos depois, Yoko que cuidava da parte administrativa contratou Seaman para ser assistente pessoal de John. 

O Último assistente de John Lennon: a história de Frederic Seaman

Existiam alguns fatores que convenceram Lennon a contratá-lo, o primeiro era que Frederic pouco conhecia sobre os Beatles, gostava mais de Jazz e da nascente new wave, apresentando para John os B`52 e o Talking heads.

O outro motivo, Fred lembrava o nome do seu pai, Alfred Lennon, e era como frequentemente o chamavam, além do mais, o sobrenome “Seaman”, em tradução literal, “homem do mar”, também fazia John lembrar do pai que trabalhava na marinha mercante. 

Isto mostrava como Lennon, aos 38 anos, mesmo pai de dois filhos, sendo Sean com 3 anos e Julian com 18, ainda não havia superado o trauma de ter sido abandonado pelo pai e tentava compensar tanto a falta dele quanto da mãe na sua vida. 

O Último assistente de John Lennon: a história de Frederic Seaman
Fred com John (no circulo vermelho)

Fred sempre presente

Seaman acompanhava Lennon nas composições, em viagens, inclusive na aventura que John fez as Bermudas em um veleiro no verão de 1980, indo com Sean de avião encontrá-lo. Seaman fez a famosa foto de John e Sean na praia, quando o garoto foi encontrar com o pai logo após a expedição. 

O Último assistente de John Lennon: a história de Frederic Seaman
John com Sean nas Bermudas em 1980. Foto Fred Seaman

Frederic Seaman inclusive é citado nos créditos do último álbum de John & Yoko, “Double Fantasy”. 

Porém, as coisas mudaram a partir do assassinato de John Lennon, em 8 de dezembro de 1980. Frederic acabou levando itens pessoais de John, como equipamentos de som e principalmente os diários de Lennon. E acabou denunciado por Yoko, sendo preso por roubo. Seaman alegou que John teria o instruído que caso algo acontecesse a ele, era para o secretário dar seus diários para o seu filho Julian. No entanto, a história não colou e ele acabou condenado a 5 anos de prisão e Yoko recuperou os diários. 

Em setembro de 1991, Fred Seaman lançou o livro, “Os últimos dias de John Lennon”, contando histórias da rotina de John e Yoko, principalmente no ano de 1980, com a esposa dizendo tudo que o ex-Beatle devia fazer, o mandando para Africa do Sul por conta da astrologia que dizia que deveria ir mais para o sul do planeta por conta de “nuvens negras” (nisto tinha razão). Além de incentivar a viagem a Bermudas, segundo Seaman, Yoko fazia de tudo para manter John distante dos amigos, principalmente Paul McCartney. 

A obra é raríssima, e Fred conta sobre as paranoias e o lado atormentado e solitário de John, além da atitude dominadora de Yoko. 

As fotos feitas pro Fred durante a Ação de Graças em 1979.

Processado por Yoko.

Por conta do livro, Yoko abriu na época um novo processo contra Fred, pelo fato de que quando ele foi contratado assinou um acordo de confidencialidade, ou seja, não podia relatar nada do que via na vida do casal. 

Para completar, Fred Seaman deu uma entrevista em 2020 a um podcaster onde exibiu fotos que tirou de Lennon com a sua camera no período em que trabalhou com o casal. Yoko soube do fato e abriu um novo processo contra o ex-assistente, desta vez reivindicando os direitos autorais do material. Sendo assim, o processo exige de Fred cerca de US$ 150.000,00 mil dólares. Seaman na época emitiu um comunicado pedindo ajuda através de uma “vaquinha”. 

Fred Seaman em 2020

Caros amigos,

Como alguns de vocês devem saber, estou sendo processado por Yoko Ono (de novo), desta vez por causa de uma conversa recente no Skype com um podcaster australiano, em comemoração ao que seria o 80º aniversário de John Lennon. 

Este é apenas o capítulo mais recente em uma campanha de perseguição e intimidação de décadas, que começou depois que deixei o emprego com Yoko em 1982 e decidi escrever um livro sobre minha experiência como assistente pessoal de John Lennon de 1979-1980. Durante a palestra no Skype, eu tinha como pano de fundo três fotos emolduradas de John que tirei com minha própria câmera em 1980 e que publiquei em meu livro, Os Últimos Dias de John Lennon, um livro de memórias pessoais baseado em meu diário particular documentando meus 18 meses como assistente e amigo de John. 

Yoko reivindica a propriedade dos direitos autorais dessas fotos e está me processando por US$150.000 por violação de direitos autorais, bem como por supostamente violar uma ordem de silêncio que me proíbe de falar publicamente sobre John Lennon, entre outras reivindicações frívolas. 

E continua

Yoko sabe que não tenho US$150.000. Minha única fonte de renda é um salário modesto da cidade de Nova York, onde sou funcionário público do Departamento de Serviços Sociais. Enquanto isso, Yoko tem recursos virtualmente ilimitados e um pequeno exército de advogados para cumprir suas ordens. Mesmo em desvantagem financeira, estou determinado a me defender, e é por isso que preciso da sua ajuda. Por favor, me ajude a ter meu dia no tribunal. 

Quaisquer contribuições são profundamente apreciadas e cada dólar arrecadado será usado para pagar representação legal e outras despesas legais relacionadas ao processo de Yoko. 

Obrigado e fique seguro,

Fred 

Portanto, o fundo ainda está ativo. No entanto, até hoje, passados dois anos conseguiu arrecadar apenas 2.535 dólares. Veja aqui.

E Por fim, atualmente ninguém sabe o paradeiro de Fred Seaman