John Bonham: o ‘Bad Boy’ turbulento das turnês do Led Zeppelin

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John Bonham mesmo sendo um baterista genial tinha uma personalidade ao mesmo tempo carente, violenta e cheia de vícios.

O “Bad Boy” das turnê do Led Zeppelin era o baterista John “Bonzo” Bonham. No começo até era engraçado, divertido e romântico, aquela imagem do roqueiro louco arrumando briga, mas depois o negócio passou a ficar mais pesado e sério, principalmente a partir de 1974. 

“Bonzo” estava com a licença para dirigir cassada na Grã-bretanha, onde havia sido pego guiando em alta velocidade e alcoolizado. Contudo, quando a banda estava em uma longa turnê nos Estados Unidos, ele comprou um Corvette Stingray, 1966, por 18 mil dólares no Texas. 

John Bonham: o 'Bad Boy' turbulento das turnês do Led Zeppelin
Bonham e Keith. Getty Images.

Como carona no veículo, Keith Moon, o baterista do The Who que havia fixado residência em Los Angeles e era companheiro de Bonham em algumas aventuras.

Apesar de toda loucura, “Bonzo” tinha um apreço pela família muito forte, e naquela época Jason, com então nove anos, havia ganhado do pai um kit de bateria. “Eu acho que ela talvez não estivesse me incentivando aos negócios do ramo musical. Mas acho que estava mais interessado em me fazer entender o que ele fazia da vida”. Conforme contou Jason no livro, “Led Zeppelin: quando os gigantes caminhavam sobre a terra”, escrito por Mick Wall. 

John Bonham: o 'Bad Boy' turbulento das turnês do Led Zeppelin
John com seu filho Jason. Getty images

Robert Plant contou a Mick Wall que era uma das cenas prediletas, ver John Bonham com seu filho, e a mini bateria instalada ao lado de uma jukebox que tocava Isley Brothers. No entanto, John falava, “Não dá pra ensinar nada pra ele, tem um gênio terrível”. 

Agressividade e vícios.

John Bonham: o 'Bad Boy' turbulento das turnês do Led Zeppelin

O grande fardo de Bonham e em parte o seu estado agressivo e adepto de vícios, se dava por uma frustração por estar longe da família nas longas turnês. John Bonham já entrou no Led Zeppelin casado, e com um filho pequeno, Jason, e naquela altura, entre fim de 1974 e começo de 1975, Pat, esposa de Bonham estava grávida de Zoé, e daria a luz em julho de 75.

Bonham nas turnês era uma fera, tanto no palco quanto fora dele, de divertido passou a inconveniente. Enquanto Jimmy Page exigia que sua suíte estivesse sempre com as cortinas fechadas, seja dia ou noite, iluminada por velas perfumadas, champagne Don Perignon, pianos de cauda e tapetes orientais. Para John Bonham nada importava, bastava uma mesa de sinuca, pois as coisas acabavam sendo quebradas ou jogadas pela janela. 

Inclusive, certa vez tentou quebrar um piano em pedacinhos para jogá-lo pela janela. Os hotéis exigiam 10 mil dólares adiantados quando sabiam que o Led Zeppelin se hospedaria. 

Em uma ocasião, o empresário Peter Grant teve que impedir John de agredir uma aeromoça em pleno voo, porque ela se negava a fazer sexo com ele. Em outro momento, tirou os óculos de um executivo da Atlantic Records, quebrou com as mãos e jogou os pedaços no chão. 

No entanto, certa vez “acalmaram” a fera, quando ele provocou os leões de chácara do clube Rainbow, e acabou levando uma surra sendo levado para o pronto-socorro. Bonzo chegou a ameaçar com um revólver Glenn Hughes, baixista do Deep Purple, porque cismou que ele havia dormido com sua mulher, Pat.

Bonham queria estar em casa.

Zoé no colo da sua mãe Pat, John e Jason Bonham em Junho de 1975

 

Quanto mais longas eram as turnês, mais ele bebia. Bonham queria estar em casa, e descontava sua frustração na bebida, e pior, sendo violento. 

Para completar, durante as apresentações do Led Zeppelin, John Bonham matinha um saco com cocaína entre as pernas. Sendo assim, entre uma música e outra esfregava o pó no nariz. Ao final do show, balançava as peles do surdo e da caixa dentro do saco para guardar as sobras que haviam caído. 

John Paul Jones era o mais centrado de todos e fazia todo o possível para ficar longe do caos, tanto que certa vez avisou Peter Grant, “Este é o número onde estarei nas próximas 48 horas, a menos que haja uma emergência gravíssima não diga nada a ninguém onde me encontrar”. 

A turnê de 1975, acabou em março, com Linda Lovelace, protagonista do filme, “Garganta Profunda” apresentando a banda em Los Angeles. Contudo, por conta de problemas fiscais o Led Zeppelin não poderia voltar ao Reino Unido senão seriam processados e até presos. A solução, Grant pensou em “exilar” a banda na América do Sul ou África até solucionar a questão, mas acabaram optando por Montreux, na Suíça. 

Por fim, estas histórias estão no livro, “Led Zeppelin: quando os gigantes caminhavam sobre a terra”