Discos e bandas de rock

Keith Richards conta sobre algumas garotas que conheceu nos anos 70.

Keith Richards viveu excessos e encontros inesperados, principalmente durante as turnês dos Stones nos anos 70.

Uma das grandes autobiografias do rock, é o livro, “Vida” escrito por Keith Richards com James Fox. A publicação foi lançada em 2010, com 612 páginas, contudo, é uma leitura leve, com uma narrativa simples prendendo o leitor e despertando o desejo para prosseguir a leitura. O modo como Keith conta as histórias, de forma tão natural, faz você imaginar o lendário músico falando. 

Em uma das tantas histórias, um dos trechos Keith narra que fazia um processo de desintoxicação antes de cada turnê. No entanto, se a tour fosse muito longa ele saía da linha. E por mais louco que pareça, Keith conta ter conhecido várias garotas viciadas que acabaram livrando ele de problemas.

“Na maioria não eram putas de rua. Muitas delas sofisticadas, inteligentes, e que estavam naquilo porque queriam. Não era preciso ir às sarjetas ou aos puteiros para encontrar a coisa. Podia estar em uma festa nos bastidores ou sair e visitar aquela gente da sociedade”. Conforme conta.

LEIA TAMBÉM: Keith Richards e a história do reencontro com seu pai.

Keith relata o fato de que não era somente sexo, precisava gostar de alguém de verdade, mesmo por uma noite ou dias. “As vezes, ela tomava conta de mim, às vezes eu tomava conta delas, e grande parte disto não tem nada a ver com desejo sexual. Muitas vezes acabei na cama com uma mulher e não fiz nada, só a abracei e dormi”. 

Um fato aconteceu durante um período em Houston no ano de 1972, quando Keith estava de abstinência e trombou com uma mulher em um bar que acabou lhe dando um pouco de droga. O guitarrista passou uma semana com a moça, e quebrou sua própria regra, permitindo se envolver. “Durante uma semana, eu a amei, e ela me amou, e me viu atravessar uma fase dura. Tinha quebrado minha própria regra e me amarrado”. 

Trocando fraldas em Melbourne.

Outro caso curioso e engraçado, aconteceu em Melbourne, na Austrália. Ele conheceu uma jovem, com um bebê, cujo marido havia abandonado. Ela era farmacêutica e conseguiu para Keith cocaína pura, e ia a todo tempo no hotel onde os Stones estavam fazer as entregas. Sendo assim, em uma manhã Keith Richards perguntou para ela. “Por que não vou para sua casa”? A moça aceitou e ele passou uma semana morando em um subúrbio em Melbourne. 

“Depois de quatro ou cinco dias eu virei um marido australiano. `Sheila, onde está a merda do meu café da manhã?`, `Aqui está seu café querido`, coisas assim. E eu me sentia muito bem, eu tomava conta do bebê quando ela ia trabalhar. Fui marido por uma semana, trocava fralda do bebê, Ou seja, existe alguém em um subúrbio de Melbourne que nem sabe que eu limpei sua bunda”. 

Há também o caso quando Keith Richards e o saxofonista Bobby Keys conheceram duas garotas em Adelaide. Elas tinham LSD, a banda estava de folga e os dois se mudaram com elas para um bangalô nas colinas, com incensos, velas e lampiões. 

Contudo, quando tiveram que ir para a Perth de volta aos shows dos Stones, convidaram as duas para voarem com eles. Os quatro foram em um avião comercial, quando no meio do voo as duas garotas saíram seminuas do banheiro, tropeçando em tudo e falando atravessado. Enquanto Keith e Bobby gargalhavam, as madames e os homens de negócios olhavam chocados para a cena. 

“Água quente com leite”

Keith lembra que gostava de mulheres para abraçar, beijar, curtir e conversar. Não queria números como Mick Jagger e Bill Wyman, que disputavam com quantas haviam ficado. 

“Bill tinha um trato com o porteiro do hotel, pois havia cerca de mil garotas na frente e ele apontava, `aquela de cor rosa`. Todo o dia subia um monte de garotas, e nenhuma ficava mais de dez minutos. Acho que nenhuma delas recebeu muito mais do que aquele chá sem sabor do qual Bill gosta, água quente com leite”.

Por fim, esta história e muito mais, estão no livro autobiográfico, “Vida”, escrito por Keith Richards e James Fox.

Sandro Abecassis

Publicitário, radialista, músico e apaixonado por rock, literatura e histórias curiosas.