James Brown: relembre a trajetória do ícone da soul e funk music
James Brow se tornou um dos principais nomes a popularizar a soul e funk music no mundo.
James Brown foi um dos principais nomes da música negra mundial. O ícone do soul music nasceu no dia 3 de maio de 1933 na Carolina do Norte, Estados Unidos.
Brown teve uma infância difícil, abandonado pela mãe, acabou sendo criado pela sua tia, que tinha um prostíbulo na Geórgia. Aliás, ele só vivia ali, porque ninguém cuidava dele, e o garoto tinha que se virar sozinho. Engraxava sapatos, vendia selos, lavava pratos e quando chegou na adolescência começou a cantar em concursos de talentos.
E obviamente, uma vida tão solta e sem regras, acabou entrando no mundo do crime, onde acabou preso quando tinha 16 anos. Foi solto por um amigo chamado Bobby Byrd, que acabou acolhendo o rapaz na sua família. Através de Byrd, que seria seu parceiro musical ao longo da carreira, ele entrou para um banda gospel e começou a carreira realmente na música nos anos 50.
Com o grupo de R & B Famous Flamers gravou seu primeiro sucesso, “Please Please Please”, chegando ao sexto lugar nas paradas em 1956. Voz potente, dança sensual e provocativa, e sempre com figurino impecável James Brown com seu carisma conquistou as plateias nos Estados Unidos.
Em 1959, gravou o primeiro álbum solo, “Try Me”, e anos depois, em 1964 gravou “I Feel Good”, a primeira versão não tinha guitarra, e ele regravou a música em 1965, já com o instrumento. A canção se tornou a assinatura musical de Brown, inclusive ganhando um Grammy.
Firme na carreira.
No decorrer da década de 60 se firmou ainda com canções, como “I Got The Feelin” e “Mother Pocorn”, todas valorizando a soul music. Brown chegou a comprar uma rádio no Tennessee dedicada a tocar somente o gênero. Além do mais, o cantor era um ativista contra o racismo, fazendo concertos beneficentes em eventos do grupo Panteras Negras e tocando em homenagem ao ativista Martin Luther King, morto em 1968.
Uma música deste período é “América Is My Home”, mostrando como um jovem engraxate pode alcançar o sucesso e cumprimentar o presidente. Fato que se concretizou, quando ele se encontrou com o Lyndon Johnson e cobrou o presidente mais investimentos para prevenir o abandono escolar.
O impacto do estilo de Brown, com seu grito característico e gingado no palco influenciaria bandas e cantores ao longo da década de 60 e 70, como por exemplo, Sly & the Stone Family, Charles Wright, e Michael Jackson ainda menino no Jackson 5.
Acima de tudo, o cantor é considerado como um dos “pais” do hip-hop e da funk music. Seu hit “Funky Drummer” de 1970 é um dos mais sampleados do mundo, usado por Run-DMC, Public Enemy, assim como Beastie Boys e tantos outros.
James Brown se tornou um dos representantes mais significativos da música negra dos anos 70, a música, “Get Up (I Feel Like Being a) Sex Machine com Bobby Byrd nos backing vocais e sua nova banda J.B´s figurou entre as 15 mais do começo da década.
Apesar de tudo, nos anos 70 foi muito criticado pelos movimentos negros por tentar flertar com a disco music.
Vida pessoal.
O livro, “James Brown: sua vida, sua música”, conta a história de vida do cantor, que ao longo da carreira, teve alguns problemas com drogas, porte de armas, velocidade ao volante e violência doméstica contra sua terceira esposa, indo inclusive preso. James Brown casou 4 vezes e teve 5 filhos.
O cantor, além de ser diabético e sofria com pressão alta, e no ano de 2004 recebeu o diagnóstico de câncer de próstata. Surpreendentemente, ele recusou-se a seguir o tratamento de quimioterapia, pois temia perder os cabelos, os quais valorizava profundamente.
Como a doença estava no começou ele fez outros tratamentos e continuou produzindo. No entanto, às véspera do natal de 2006 procurou um centro hospitalar por conta de uma tosse persistente, e acabou diagnosticado com uma pneumonia grave. Internado às pressas, James Brown morreu no dia de natal, em 25 de dezembro, aos 72 anos. Por fim, a lenda da música mundial pensava que podia ter alta até as festas de final de ano quando costumava distribuir brinquedos, além de perus.
