Diabo no rock: 6 músicas que citam o coisa ruim nas suas letras.

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Por Sandro Abecassis

A figura do Diabo, coisa ruim, caramunhão sempre estiveram presentes na história da humanidade, imaginem no rock! Bom, hoje listamos seis exemplos em que artistas citam o “capeta” em suas canções. Então, vamos lá

Rolling Stones – Sympathy for the devil

Sympathy fot the devil, composta por Jagger/Richards, foi lançada em 1968 no album, “Beggar Banquet”, e contou com várias inspirações, inclusive da cultura brasileira.

A letra discorre sobre a caminhada do “Princípe das trevas” no decorrer da história da humanidade, em eventos como a crucificação de Cristo, revolução Russa, segunda guerra mundial, assassinato dos Kennedys. Além do poder, e a influência sobre a riqueza e alma dos homens. 

Mick Jagger conta que a ideia veio de dois livros, “O mestre e a margarida” do Russo Mikail Bugakov dos anos 20, onde o enredo é sobre a visita do Diabo a Moscou. E a outra influência literária veio dos escritos do poeta francês, Baudelaire, especialmente no poema, “As Litanias de Satâ”. 

Estas seriam a inspiração para o enredo, agora falando musicalmente, Jagger e Richards foram buscar no folk de Bob Dylan, e nos tambores da Bahia. Isso mesmo, a dupla este no Brasil naquele ano de 1968, passando por São Paulo, onde visitaram um terreiro de Candomblé, Rio de Janeiro em Paraty, e Salvador onde puderem vivenciar a experiência de ver a convivência entre as religiões de matrizes Afro, e o catolicismo. 

Os dois Stones voltaram para Londres com o som da percussão na cabeça e decidiram colocar na música, visivelmente influenciados pelos batuques dos terreiros de candomblé brasileiros. 

Confira a versão de Sympathy fot the devil ao vivo no Rock Roll Circus:

Black Sabbath – Lord of this World

Os integrantes do Black Sabbath já declararam várias vezes que não tem um pé no satanismo ou adoração pelo diabo, apenas viram que o tema era interessante para uma banda de metal. Tanto que Ozzy, realmente adotou o codinome, “Príncipe das Trevas”, tudo teatro, e showbiz, é claro. 

No entanto, a letra de “Lord Of this World”, assim como outras do Black Sabbath tem nas suas letras citações enaltecendo o “capiroto”.

Como por exemplo, de Lord of this World, “Seu mundo foi feito para você por alguém acima. Mas você escolher maus caminhos, em vez de amor. Você me fez mestre do mundo onde existem. A alma eu tirei de você nem sequer foi falta.”

Iron Maiden – The Number of the Beast

Neste clássico do Iron Maiden que marca a estreia de Bruce Dickinson na banda, não precisa nem rodar o disco ao contrário para saber do que se trata. 666 “O número da Besta”, narra um encontro com mestre das sombras, em uma noite escura e cheia de névoa, e a letra diz bem claramente, logo no começo:

“Ai de vós, oh, terra e mar
Pois o Diabo envia a besta com ira
Porque ele sabe que o tempo é curto
Aquele que tem entendimento
Calcule o número da besta
Pois é o número humano
Seu número é seiscentos e sessenta e seis”

Obviamente que a música, assim como o cinema e teatro, bandas de rock tem a liberdade artística para contar estórias, e as letras do Iron Maiden, conseguiram através deste tema, e principalmente, do período do Egito antigo em varias letras. 

No entanto, biografias da banda contam que fatos estranhos aconteceram durante a gravação do álbum, como luzes que acendiam e apagavam. Curiosamente na época,o produtor Martin Birch bateu seu carro, coincidência ou não, o conserto custo 666 libras. 

Raul Seixas – O diabo é o pai do rock

O contato de Raul Seixas com esoterismo, astrologia e principalmente os ensinamentos de Aleister Crowley, famoso ocultista britânico, aconteceu após ele conhecer Paulo Coelho, em 1972. 

Os dois firmaram uma parceria de composições e Paulo foi o responsável por apresentar a Raul este mundo “oculto”. 

Inclusive, começaram boatos sobre pactos de ambos com o Lúcifer. Paulo introduziu letras mais conceituais as musicas, como sua contribuição em “Gita”, “Sociedade alternativa”, e “Eu nasci há dez mil anos atrás” e “Rock do Diabo”,

Aliás, a música é tiração de sarro com encheção de saco de que o Diabo era o pai do rock, além do mais a canção também dá uma agulhada no cristianismo na frase: “existem dois diabos, só que um parou na pista, um deles é do toque, o outro é aquele do exorcista”.

Uma curiosidade, o riff inicial de Rock do do Diabo foi “chupado” da musica Honey Don´t dos Beatles. 

As músicas de Paulo e Raul Seixas trouxeram sucesso para ambos, mas problemas também, afinal os dois foram presos e torturados pela ditadura militar pelo comportamento, “Subversivo” 

Nesta versão ao vivo, Raul anuncia, “Rock do Diabo”, e diz: “pra mostrar que o diabo não é tão feio como parece”

Robert Johnson – Me And The Devil Blues 

Não podíamos deixar de citar, Robert Johnson, o bluseiro americano parecia ter realmente tem uma relação bem intima com o “caramunhão”.

A história sobre o seu pacto com o diabo em uma encruzilhada em troca de fama já virou até filme, “A encruzilhada”, com Ralph Macchio, Joe Seneca, Steve Vai e Robert Judd. 

O fato é que realmente as músicas de Robert citam várias vezes o senhor da trevas, como em “Me and the Devil Blues”, sobretudo, logo nos primeiros versos:

“No início desta manhã quando você bateu na minha porta. Cedo esta manhã, quando você bateu na minha porta. E eu disse: “Olá, Satan, eu acredito que é hora de ir. “

E segue com o refrão: “Eu e o diabo, estava andando lado a lado”. Na letra, Johnson ainda cita que bate na mulher até ficar satisfeito. Bem sinistro. 

Robert Johnson morreu em circunstâncias ainda bem controversas. Contudo, uns dizem que foi baleado, outros contam que foi esfaqueado, e inclusive uma terceira teoria fala em envenenamento.

Na biografia, “A música do Diabo”, pessoas que conviveram com Robert contam que o músico exercia um fascinio por onde passava. Por fim, na época, os maridos trancaram suas esposas em casa para que não encantassem pelo “demônio”, digo, por Robert Johnson