Pink Floyd: “Dogs”, uma canção sobre a implacável ganância humana

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Roger Waters desembarca no Brasil no mês de outubro, serão 6 shows, 24/10 – Brasília, 28/10 – Rio de Janeiro, 01/11 – Porto Alegre, 04/11 – Curitiba, 08/11 – Belo Horizonte, 11/11 – São Paulo.

No mesmo mês, no dia 6 de outubro Waters vai lançar “The Dark Side Of The Moon Redux”, uma edição especial do disco original de 1973, que ele regravou sem a presença dos outros ex-companheiros de banda. Ao mesmo tempo, o Pink Floyd lançará uma versão remasterizada de “The Dark Side Of The Moon”, no dia 13 de outubro, ou seja, no mesmo mês teremos DOIS “The Dark Side Of The Moon”

Pink Floyd: "Dogs", uma canção sobre a implacável ganância humana

Roger já lançou dois singles do projeto, “Money” e “Time”. No entanto, para os show o músico deve incluir as versões do repertório original do Pink Floyd.

Contudo, vamos recordar alguns detalhes de uma canção que fez parte do álbum “Animals”, lançado em 1977. A música é “Dogs”, que começou a ser trabalhada logo após o lançamento do “The Dark Side”, por volta de 1974.

A música passou por várias mudanças até chegar na versão com conhecemos com seus 17 minutos. Outra questão, ela é uma das últimas parcerias com David Gilmour. Os 17 minutos de “Dogs” possuem partes acústicas, riffs e solos variados de David Gilmour e dos sintetizadores de Richard Wright.

A temática do álbum “Animals” foi inspirada no livro “A Revolução dos Bichos”, de Geoge Orwell, e Roger fazia uma analogia dos humanos com os animais. Em “Dogs’, a letra mostra o homem implacável de negócios, tendo que ser firme, desconfiado, “dormir com um olho aberto” e ainda saber capturar presas e apunhalar quando necessário. Mas no final, o homem se torna um velho triste e solitário. Sobretudo, cheio de vazio sem amor, colhendo o que plantou. 

Três partes.

“Dogs” fica dividida em três partes, a primeira, destacam-se os estágios iniciais da ganância em que os seres humanos precisam se firmar e logo ficam aficionados pela conquista e sucesso.

Na segunda parte, a pratica do treinamento como cães no mundo corporativo, dispostos a deixarem de ser o que são para se tornarem um subproduto do ambiente em que vivem.

E a terceira parte, as consequências da vida no mundo dos negócios, tornando-se ovelhas em jaulas, perdendo a humanidade e vendo que a ganância se tornou um retrocesso cármico.

O personagem de “Dogs” demonstra um insight desejando sair de tudo isso, sacando que algo está errado, como no verso. 

Tenho que admitir que estou um pouco confuso

Às vezes me parece que estou sendo usado

Preciso ficar acordado, preciso tentar

E sacudir esse crescente mal-estar

Se não firmar meu pé no chão

Como vou conseguir encontrar a saída desse labirinto?

O interessante que David Gilmour e Roger Waters protagonizaram brigas que lembram muito a letra de “Dogs”, principalmente nos últimos anos. Por fim, ainda há tempo para eles fugirem deste labirinto, para então não se tornarem velhos e solitários.