Cidades esponja amenizariam enchentes

Compartilhe

Verão e chuvas fortes trazem sempre alagação para as ruas catarinenses.

Todos os anos a história se repete em cidades de Santa Catarina, ruas alagadas, deslizamento de terra, casas desabando, interdição de estradas, inúmeros transtornos por conta de fortes chuvas. Infelizmente estes fatos estão relacionados a dois fatores principais, má gestão pública, que permite construções irregulares e a falta de investimento em saneamento e urbanização, alinhado a quantidade de lixo nas ruas, que impede o ciclo normal da água da chuva.

Existem projetos como do arquiteto chinês Kongjian Yu, que amenizariam esta é a questão, são as chamadas “cidades esponja”, projetadas para absorver água e minimizar inundações.

Jinhua e sua área de contenção em dias normais
Jinhua na China e área de contenção de enchentes

Coletar e armazenar.

Umas das alternativas é um sistema adequado para coletar e armazenar e tratar água para períodos de escassez hídrica, criando zonas úmidas, solos permeáveis com margens de rios restauradas. Kongjian Yu defende a ideia que as águas das fortes chuvas sejam benéficas para a população.

O conceito de cidades-esponja já foi implantado em Hong Kong onde, por exemplo, abriga um reservatório de água da chuva dentro de um estádio de futebol. O sistema é capaz de armazenar 60 mil m³ de água. Já na Europa, é a descolada Berlim, na Alemanha, que vem testando soluções neste sentido. Em cidades nos Estados Unidos, Rússia e Indonésia também é possível encontrar exemplos da aplicação do conceito. Mas é na China que a ideia foi abraçada pelo governo. Por lá, já são 16 cidades-esponja em andamento com previsão de término neste ano de 2020. Estas cidade convivem ou conviveram com inundações, e buscam soluções para aprimorar e tentar usar a natureza, ciência e tecnologia a seu favor.

Parede verde em Berlim

Telhados verdes, jardins verticais e jardins de chuva também entram nas estratégias para absorver a água da chuva. “Há evidências de que as zonas úmidas sozinhas podem remover de 20% a 60% dos metais na água e reter de 80% a 90% dos sedimentos de escoamento. Alguns países chegaram a criar zonas úmidas para tratar as águas residuais industriais”, afirma a Unesco.

Cidade de Toronto no Canadá

Projeto de longo prazo.

As áreas de contenção criadas por Kongjian Yu, ajudam na preservação das regiões, alagam sem prejudicar a cidade, aliás, foram feitas para alagar e alimentar um ecossistema, além de regiões que já não ocorrem este problema. Sabemos que é um projeto de longo prazo, mas unir concreto e espaços verdes é a solução para prevenir e amenizar enchentes.

Por fim, existe a Lei complementar 1174/2018 em Blumenau que incentiva a construção de telhados verdes, mas na pratica barra na burocracia, e custo alto, algo a ser revisto com urgência.

Fonte Ciclo vivo.