Biscoito para cães desenvolvido na UFSC é reconhecido como inovação pela Fapesc

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Um projeto desenvolvido por duas egressas da Universidade Federal de Santa Catarina ficou em terceiro lugar no Prêmio de Inovação Catarinense, na categoria de Projeto Acadêmico Inovador. A premiação, que ocorreu na tarde do dia 27 de abril, por meio de uma live no canal da Fapesc, reconhece estudantes da graduação de instituições de ensino superior sediadas em Santa Catarina.

As zootecnistas Larissa Sobolewski Magassy Baptista e Manoela Karolina Ribeiro Santos desenvolveram um biscoito assado que ajuda na manutenção da saúde bucal de cães, utilizando extrato de romã e própolis como matéria prima.

A ideia surgiu no final de 2017 e foi dividida em dois Trabalhos de Conclusão de Curso, orientados pela professora Priscila de Oliveira Moraes e co-orientados pela professora Lucélia Hauptli. Larissa Baptista foi responsável por desenvolver a pesquisa laboratorial, em uma parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Em Porto Alegre, foi supervisionada e auxiliada pelo professor Luciano Trevizan, onde conduziram as testagens em ambiente controlado, com 12 cães de microbiota oral similar. Acima de tudo, em laboratório, ocorreram os testes de preferência e efetividade dos biscoitos. 

Manoela Ribeiro Santos executou a pesquisa de campo em Florianópolis, com cerca de 40 cães voluntários. Os resultados tiveram efetividade no funcionamento dos biscoitos para a redução e prevenção do tártaro nos animais. Sendo assim, a revista Animal Feed Science Tecnology publicará a pesquisa de Manoela em breve.

Alimentação natural

A dupla estudou vários tipos de fitogênicos usados na saúde bucal de humanos, até chegar no extrato de romã e própolis. Além da saúde oral, o projeto também tem o objetivo de tornar a alimentação mais natural para os cães. “Sabemos que a saúde oral é algo muito importante para a saúde em geral do animal, e é uma coisa que as pessoas não têm percepção”, conforme diz a professora de nutrição animal, Priscila, que vê a necessidade de tornar a higienização bucal mais prática para os tutores.

Dessa forma, a escolha do biscoito cumpre a tarefa de facilitar a higienização. “Procuramos deixar uma crocância no biscoito para que tivesse essa fricção do alimento com o dente, para também ajudar junto com o aditivo a reduzir o tártaro. O biscoito acaba sendo um agrado, gera uma conexão do tutor com o animal”, reforça Manoela.

A execução do projeto durou um ano, tendo início em 2018 e conclusão em março de 2019, ano em que ambas se formaram. A realização do trabalho acadêmico e aplicação contou com financiamento de professoras, alunas e pais, que arcaram com os custos de materiais, locomoção e publicações. Por fim, todo o trabalho de produção dos biscoitos, embalagens e porções ocorreu manualmente.

Futuro.

“O projeto criou um objetivo para mim. Eu quero me formar em Medicina Veterinária. Eu sou zootecnista hoje, já fiz curso de nutrição de cães e gatos e quero trabalhar com nutrição clínica”, disse Larissa, que vê com entusiasmo as portas que foram abertas por conta da realização da pesquisa.

De acordo com a professora Priscila, o projeto deu origem a uma nova linha de pesquisa promissora. “Já temos outros projetos, desenvolvemos um biscoito para gatos com spirulina, estamos trabalhando na linha de probióticos para os biscoitos. Então adotamos essa causa, porque sabemos que é um problema para saúde animal”.

Luana Consoli/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC